quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ano da França no Brasil oferece rara oportunidade ao público brasileiro de conhecer a obra de Chris Marker

  "Sou o cineasta desconhecido mais famoso do mundo", diverte-se Chris Marker. O diretor, avesso a entrevistas, não se deixa fotografar e tem o dom de gerar fantasias a respeito de sua vida e de sua obra. Para fazer descobrir seus filmes e, quem sabe, facilitar a compreensão do diversificado universo desse artista, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) promove a retrospectiva "Chris Marker, bricoleur multimídia", dentro do Ano da França no Brasil, em Brasília (16 de junho a 28 de junho) e em São Paulo (24 de junho a 5 de julho).

A mostra reúne trabalhos que transitam entre a fotografia, o cinema, o vídeo, as instalações interativas, a poesia, a literatura e a música. A abertura do evento em Brasília, no dia 16 de junho, apresentou ao público duas produções bem diferentes: "La Jetée" (1962), único filme completamente ficcional do diretor, e "A.K. Retrato de Kurosawa" (1985), uma homenagem e um eco da obra do Sensei (mestre em japonês) Akira Kurosawa.
A fábula de ficção científica "La Jetée" (1962) é uma reflexão sobre a história contemporânea e o futuro da civilização. Imagens fixas, acompanhadas por uma narração onipresente, contam a história de um homem submetido a experimentos científicos depois da III Guerra Mundial. O estudante de Artes Plásticas da UnB, Lucas Sampaio, já havia assistido ao filme. "Quis apresentá-lo à minha namorada. Já vimos juntos outros filmes que foram influenciados por "La Jetée", como "12 macacos", de Terry Gilliam, e a animação futurista "The Ghost Shell", de Mamoru Oshii. Agora estou curioso para ver "A.K.", pois gosto muito de cinema japonês", afirma. O filme é um making off do clássico "Ran", dirigido por Akira Kurosawa em 1985.
O curador da mostra, Rafael Sampaio, revela o quanto foi difícil contatar o diretor e convencê-lo a autorizar a difusão de sua obra no Brasil. "Mandei e-mails, cartas e nada de resposta. Em janeiro de 2008, recebi uma mensagem de Marker, que dizia achar a idéia da retrospectiva um absurdo contraproducente", confessa. Para o diretor, o ideal seria que as pessoas pudessem assistir a seus filmes um a um, para estabelecer conexões com outras obras e experiências.
Felizmente, a persistência de Rafael fez com que Marker aceitasse a investida. "Argumentei que sua obra deveria ser primeiramente exibida em conjunto para que, em seguida, levasse o público a buscar o caminho da difusão homeopática", brinca.
Para Rafael Sampaio, a inclusão da retrospectiva de Chris Marker no calendário de eventos do Ano na França no Brasil possibilitou que mais filmes entrassem na mostra, bem como que o catálogo fosse ampliado para 160 páginas. "São 33 obras, entre filmes, vídeos e séries de TV, reunidas num evento de grande repercussão nacional. Espero que essa iniciativa leve mais pessoas a conhecer e a valorizar esse artista", afirma.
Para Moema Salgado, membro do Comissariado Francês do Ano da França no Brasil, a retrospectiva do documentarista é um exemplo do que os organizadores do evento desejam nesse ano comemorativo: apresentar ao Brasil uma França diferente do esperado. "Chris Marker é um artista pouco conhecido do público brasileiro. O empenho e a resistência, tanto do lado francês, como do brasileiro, permitiram que apresentássemos um evento surpreendente dentro da nossa programação", afirma.
Após a sessão, o público elogiou a escolha dos dois filmes para a abertura do evento. O ator Aluísio Augusto gostou particularmente de "La Jetée". "Esse filme não envelhece. Quero acompanhar toda a mostra, especialmente os filmes que o diretor rodou sobre a tortura em vários países. Sinto falta nas produções atuais desse olhar interessado sobre o que acontece no mundo", afirma.
A antropóloga Rachel Trajber, consultora do Ministério da Educação (MEC), veio ao evento acompanhada de cinco amigos que, como ela, nunca tinham ouvido falar do diretor. "Estamos atentos a tudo que vai acontecer no Ano da França no Brasil. Quando soubemos da mostra, sentimos que não podíamos perder. Valeu a pena", diz. Jefferson Sooma, seu colega de trabalho no MEC, disse estar curioso para assistir a outros filmes da mostra. "Tenho certeza que vou gostar", acredita.
Para o documentarista Marcos Mendes, professor da UnB, a retrospectiva é obrigatória para quem estuda cinema. "Marker, mais que um bricoleur, é um grande artista, um homem sensível que conhece a essência do cinema. Ele lida como ninguém com a memória e a inexorabilidade do tempo", explica.
 
Os patrocinadores do Ano da França no Brasil (http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/) são:
 
Comitê dos patrocinadores franceses:
Accor, Air France, Alstom, Areva, Caixa Seguros, CNP Assurance, Câmara de Comércio França-Brasil, Dassault, DCNS, EADS, GDF SUEZ, Lafarge, PSAPeugeot Citroën, Renault, Saint -Gobain, Safran, Thales, Vallourec.

Patrocinadores brasileiros:
Banco Fidis, Bradesco, BNDES, Caixa Econômica Federal, Centro Cultural Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás, Fiat, Gol, Grupo Pão de Açúcar, Infraero, Oi, Petrobras, Santander, Serpro, SESC.
 
Assessoria do Ano da França no Brasil: Entrelinhas Comunicação


L´Année de la France au Brésil offre une rare opportunité au public brésilien de connaitre l´oeuvre de Chris Marker
Festival présente 33 productions du documentariste, entre la photographie, le cinéma, les installations interactives et la litterature

« Je suis le plus fameux réalisateur méconnu du monde » rigole Chris Marker. Le cineaste, qui evite les journalistes et les photographes, connait bien la capacité des gens de créer plusieurs versions sur son travail et sa vie. Pour découvrir ses films et, peut-être, permettre une plus grande compréehension de l'univers de cet artiste, le Centro Cultural do Banco do Brasil présente la rétrospective « Chris Marker, bricoleur multimédia », dans la programmation de l´Année de la France au Brésil, à Brasilia (du 16 au 28 juin) et à Sao Paulo (du 24 juin au 5 juillet).

Le festival présente 33 productions qui transitent entre la photographie, le cinéma, la vidéo, les installations interactives, la litterature et la
musique. À l'ouverture de l'évenement à Brasília, le 16 juin, les organisateurs ont présenté au public deux productions très diverses : « La jetée » (1962), le seule fiction réalisée par Marker, et « A.K., portrait
d'Akira Kurosawa » (1985), un hommage et un echo de l'oeuvre du Sensei (maître, en japonais).
 
Le fable en fiction scientifique, « La Jetée » est une refléxion sur l'histoire contemporaine et sur l'avenir de la civilisation. Les images, accompagnés par un narrateur omniprésent, racontent l'histoire d'un homme soummis à une série d'experiments scientifiques, jusqu'après la Troisième Guèrre Mondiale. L'étudiant de Beaux Arts de l'Université de Brasília (UnB) Lucas Sampaio avait déjá vu le film. « Je voulait le montrer à ma copine. Nous avons déjá vu deux films inspirés par cette production : « L'armée des 12 Singes », réalisé par Terry Gilliam, et l' animation futuriste « Innocence – Ghost Shell », de Mamoru Oshii. Aujourd'hui je suis vennu plus pour voir « A.K. », car je suis accro des films japonais », dit
l'étudiant. Le long-métrage est un making of du film « Ran », réalisé par Akira Kurosawa en 1985.

Rafael Sampaio, l'idéalisateur du festival, a connu plusieurs difficultés au début de son travail. D'abord il a eu pas mal de difilcultés pour établir un contact avec le cineaste, ainsi que pour lui convaincre à autoriser la diffusion de ses oeuvres au Brésil. « Je lui ai envoyé plusieurs mails, pourtant je n'ai eu aucune réponse pendant des mois. Un jour, en janvier
2008, j'ai reçu un message dans ma boîte mail. C'était lui, me disant que l'idée de faire une retrospective de son travail était absurde et contre-productive », dit Sampaio. Pour le cineaste, la condition idéale pour diffuser son travail aurait été d'offrir chaque film séparement, pour que le
public puisse établir de cette façon des conexions avec d'autres films et avec d'autres experiences.

Heuresement, la persistence de Sampaio a convaincu Marker d'accepter son
projet. « Je lui a dit que toute son oeuvre serait diffusée ensemble à ce moment, pour d'abord faire le public prendre connaissance de son existance et, ensuite, chercher le chemin souhaité par le réalisateur, c'ést-à-dire, l'homeopathie », rigole Sampaio.

Pour lui, l'organisation de cet évenement dans l'Année de la France au
Brésil a favorisé le festival, qui reçu plus de copies dans sa programmation, ainsi que le catalogue a atteint 160 pages. « Nous avons rassemblé 33 oeuvres, entre films, vidéos et émissions télévisées dans un programme extense, de répecussion nationale. J'espére que cette iniciative mène plus de personnes à connaitre et a respecter ce grand artiste », dit Sampaio.
 
Selon Moema Salgado, membre du Comissariat Français de l'Année de la France au Brésil, la retrospective du cinéaste est un exemple de ce que les organisateurs ont souhaité pour cet année festive, c'est-à-dire présenter au Brésil une France inesperée. « Chris Marker est un artiste méconnu du public brésilien. L'engagement et l'insistence des deux côtés, brésilien et français, a viabilisé l'organistaion d'un évenement surprenant dans l'Année
de la France au Brésil », dit Salgado.

Après la séance, le public a trouvé la choix des films de la soirée d'ouverture bien fait. Le comédien Aluísio Augusto a aimé particulièrement la projection de « La Jetée » . « Ce film n'enveillisse pas. Je veux accompagner tout le festival, plus spécialement les productions qui parlent de la dictature dans plusieurs pays. Je ne connait pas beaucoup de réalisateurs qui s'interessent pour ce qui arrive au monde actuellement, comme Marker a fait», dit Augusto.

L'anthopologue Rachel Trajbe, qui travaille au Ministère de l'Éducation, est
allée à la projection accompagnée de cinq amis qui, comme elle, n'ont jamais pris connaissance du travail de Chris Marker. « Mais nous sommes très attentifs à tout ce qui est lié à l'Année de la France au Brésil. Quand nous avons su que le CCBB allait diffuser des films de ce réalisateur, nous avons compris que c'était impossible de le rater. Et ça a vallait le coup ! ». Un autre functionnaire du Ministère, Jefferson Soona, qui est vennu avec Traibe, attend avec impatiente les autres films. « Je suis sûr que je vais les aimer », dit Soona.

Pour Marcos Mendes, directeur de recherche du cours de cinéma de l'Université de Brasília, la retrospective de Marker est presque obligatoire pour ceux qui aiment et étudient la septième art. « Chris Marker est plus qu´un bricoleur, il est un grand artiste qui connait l'essence du cinéma. Il
connait comme personne la memoire et l'inexorabilité du temps », dit le professeur.
 
Les mécènes de l´Année de la France au Brésil (http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br/) sont:
 
Comité des mécènes français:
Accor, Air France, Alstom, Areva, Caixa Seguros, CNP Assurance, Câmara de ComércioFrança-Brasil, Dassault, DCNS, EADS, GDF SUEZ, Lafarge, PSA Peugeot Citroën, Renault, Saint-Gobain, Safran, Thales, Vallourec.
 
Comité des mécènes brésiliens:
Banco Fidis, Bradesco, BNDES, Caixa (Econômica Federal), Centro Cultural Banco do Brasil, Correios, Eletrobrás, Fiat, Gol, Grupo Pão de Açúcar, Infraero, Oi, Petrobras, Santander, Serpro, SESC.
 
Operateurs et partenaires:
TV5, Ubifrance, Aliança Francesa, Culturesfrance, Republique Française, TVBrasil, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Cultura, Governo Federal do Brasil.
 
L´Année de la France au Brésil, França.Br: Agence de Presse Entrelinhas Comunicação



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