sábado, 20 de junho de 2009

Pólio: balanço parcial indica vacinação de 8 milhões de crianças

Meta é vacinar 14,7 milhões de menores de cinco anos. Segunda etapa da campanha será em 22 de agosto

O balanço parcial da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite indica que 8.007.284 crianças menores de cinco anos tomaram a vacina em todo o país. Isso representa uma cobertura de 51,68% da população-alvo, que é de 14,7 milhões de crianças. Os dados parciais, enviados pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde até as 17h deste sábado (20/6), permitem projetar o cumprimento da meta da campanha: vacinar 95% de toda a população nessa faixa etária (15,5 milhões). As secretarias continuarão atualizando os dados nas próximas semanas. A segunda etapa da campanha será no dia 22 de agosto.

Com o slogan "Não dá pra vacilar. Tem que vacinar.", a campanha recebeu R$ 46 milhões em investimentos do Ministério da Saúde. Do total, R$ 21,8 milhões foram aplicados na aquisição dos imunobiológicos (vacinas); R$ 13,2 milhões foram transferidos para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde; e R$ 11 milhões foram investidos em ações de comunicação e publicidade para as duas fases da mobilização. Ao todo, 115 mil postos de vacinação participaram da primeira etapa da campanha, com o envolvimento de cerca de 350 mil pessoas e a utilização de cerca de 40 mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais).

O Brasil, assim como toda a América Latina, já recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) o certificado de que não há circulação do vírus da poliomielite no território nacional. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas e dias de vacinação, realizados desde a década de 80. "Atualmente, a importância da vacina é manter o país livre da circulação do vírus. As gotinhas não têm contra-indicações. A aplicação não provoca dor e a vacina é a única forma de prevenir a doença", explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Maria Arindelita Arruda.

 
UF 
BALANÇO PARCIAL - ATÉ AS 17H
População Vacinados  
Cobertura
AC 82.753 25.649 30,99%
AM 366.360 142.316 38,85%
AP 78.229 26.054 33,30%
PA 756.544 312.658 41,33%
RO 137.526 70.176 51,03%
RR 51.100 13.588 26,59%
TO 127.455 59.697 46,84%
NORTE 1.599.967 650.138 44,53%
AL 330.429 174.698 52,87%
BA 1.274.780 674.136 52,88%
CE 743.871 442.868 59,54%
MA 665.828 244.839 36,77%
PB 316.674 195.454 61,72%
PE 753.627 366.342 48,61%
PI 301.308 157.466 52,26%
RN 264.635 142.084 53,69%
SE 196.483 115.222 58,64%
NORDESTE 4.847.635 2.513.109 62,80%
ES 277.117 128.050 46,21%
MG 1.488.648 828.498 55,65%
RJ 1.138.874 475.334 41,74%
SP 3.060.908 1.822.541 59,54%
SUDESTE 5.965.547 3.254.423 60,81%
PR 775.650 374.928 48,34%
RS 716.855 407.416 56,83%
SC 427.797 231.976 54,23%
SUL 1.920.302 1.014.320 54,66%
DF 223.033 70.404 31,57%
GO 472.339 278.480 58,96%
MS 202.609 114.823 56,67%
MT 263.403 111.587 42,36%
C.OESTE 1.161.384 575.294 53,77%
BRASIL 15.494.835 8.007.284 51,68%
 

SOBRE A DOENÇA – A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disponível durante todo o ano nos postos de saúde, na vacinação de rotina. Além do esquema básico (três doses de rotina), a criança de até cinco anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha. Isso porque a paralisia é transmitida por três tipos de vírus. "As várias doses se justificam por isso. Se a criança não desenvolveu a imunidade com relação a um vírus, com as várias doses, ela tem oportunidade de se imunizar", diz Arindelita.

A poliomielite é uma infecção grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso. As conseqüências mais comuns ocorrem nos membros inferiores, mas o vírus também pode ocasionar uma lesão mais grave em um ou mais membros ou até mesmo levar à morte – por meio de uma tetraparalisia. A doença é causada e transmitida por um vírus que entra no organismo via oral.

A pessoa infectada pode transmitir a doença pelas fezes que, em contato com o ambiente, atingem quem não foi devidamente imunizado. Como o vírus é muito leve, ele pode ser levado pelo ar, entrar em contato com o alimento, com os brinquedos ou atingir a criança por via oral ou pela ingestão de água contaminada. Em ambientes com más condições de saneamento básico, o vírus pode contaminar a água, o solo e o meio ambiente de forma geral.

NO MUNDO – A transmissão da poliomielite é endêmica (constante) em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.

São países com os quais o Brasil mantém relações comerciais e com alguns deles há fluxo migratório de pessoas. "O fato de a pólio estar erradicada no Brasil não é motivo para descanso. É importante manter a vigilância e imunizar as crianças. Se alguém trouxer o vírus de um desses países, as crianças não correrão risco de adquirir a doença", explica Maria Arindelita.

Datas importantes para a erradicação da poliomielite no Brasil:

1961: Realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra poliomielite.

1971: Implantação do Plano Nacional de Controle da Poliomielite.

1977: Definição das vacinas obrigatórias aos menores de um ano em todo o território nacional e Aprovação do modelo da Caderneta de Vacinações válida em todo o país.

1980: Início dos Dias Nacionais contra a paralisia infantil no Brasil.

1984: Introdução em alguns estados da estratégia de multivacinação por meio dos Dias Nacionais de Vacinação contra a poliomielite para as crianças de 0 a 4 anos.

1986: Criação do personagem-símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha.

1987: Mudança na formulação da vacina oral contra a poliomielite, aumentado a concentração do poliovírus tipo 3.

1989: Ocorrência do último caso de poliomielite no Brasil.

1990: Criação na OPAS/OMS da Comissão Internacional para Certificação da Erradicação da Poliomielite nas Américas.

1994: Brasil recebe o Certificado Internacional de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem.

UF Meta 95% pop.< 5 anos Quantitativo de vacinas Valor por UF 1ª etapa Valor por UF 2ª etapa
RO 130.650 206.300 151.278,60 151.278,60
AC 78.615 124.200 91.028,30 91.028,30
AM 348.042 549.600 402.996,00 402.996,00
RR 48.545 76.700 56.210,00 56.210,00
PA 718.717 1.150.000 832.198,40 832.198,40
AP 74.318 117.400 86.051,90 86.051,90
TO 121.082 191.200 140.200,50 140.200,50
MA 632.537 998.800 346.230,56 346.230,56
PI 286.243 452.000 156.680,16 156.680,16
CE 706.677 1.115.800 386.812,92 386.812,92
RN 251.403 397.000 137.610,20 137.610,20
PB 300.840 475.000 164.670,48 164.670,48
PE 715.946 1.130.500 391.886,04 391.886,04
AL 313.908 495.700 171.823,08 171.823,08
SE 186.659 294.800 102.171,16 102.171,16
BA 1.211.041 1.950.000 662.885,60 662.885,60
MG 1.414.216 2.300.000 595.459,20 595.459,20
ES 263.261 415.700 110.846,80 110.846,80
RJ 1.081.930 1.700.000 227.774,80 227.774,80
SP 2.907.863 4.600.000 612.181,60 612.181,60
PR 736.868 1.200.000 155.130,00 155.130,00
SC 406.407 642.000 85.559,40 85.559,40
RS 681.012 1.100.000 143.371,00 143.371,00
MS 192.479 304.000 81.043,60 81.043,60
MT 250.233 395.200 105.361,20 105.361,20
GO 448.722 708.500 188.935,60 188.935,60
DF 211.881 334.600 44.606,60 44.606,60
BRASIL 14.720.093 23.425.000 6.631.003,70 6.631.003,70
 

Agência Saúde




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