terça-feira, 30 de março de 2010

Estamos no limite do endividamento, diz presidente da Petrobras

Em encontro com empresários promovido pelo LIDE em São Paulo, Sérgio Gabrielli defende aprovação urgente de novo marco regulatório pelo Congresso para capitalizar a empresa. 

São Paulo, 30 de março de 2010 – O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, afirmou hoje, durante almoço-debate promovido pelo LIDE, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo, que a aprovação do novo marco regulatório para o setor petrolífero pelo Congresso é a única chance de a empresa estar suficientemente forte e capitalizada para realizar os investimentos necessários no pré-sal. A empresa tem urgência na aprovação das regras do pré-sal, mas a polêmica em torno da emenda Ibsen Pinheiro (que distribui os royalties do petróleo para todos os Estados, sem dar preferência aos Estados produtores) e outras medidas devem provocar um prolongado debate entre os parlamentares. E a Petrobras não pode esperar. 

"Estamos no limite do nosso endividamento em relação ao capital", afirmou Gabrielli aos 252 empresários presentes ao evento. No ano passado, a empresa gerou R$ 74 bilhões em novas dívidas e, pelos cálculos do presidente da empresa, este ano precisaria de outros R$ 82 bilhões. "Se o Congresso não aprovar a tempo, o Governo Federal terá que descobrir outras formas de investir", explicou o executivo. Se as novas regras passassem pelo Congresso, a Petrobras conseguiria um aumento de capital com a transferência de reservas virtuais de petróleo pela União. 

Gabrielli afirmou também que a mudança no valor dos investimentos da empresa programados para o período entre 2011 e 2014, de R$ 265 milhões para R$ 250 milhões, foi um "ajuste dos critérios do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) aos critérios da empresa", e não um corte nos investimentos.

Do novo valor total, estão previstos investimentos de R$ 153,6 bilhões em exploração e produção de petróleo; R$ 79 bilhões em refino, transporte, comercialização e petroquímica; R$ 17 bilhões em gás natural e R$ 216 bilhões em biocombustíveis. 

Perguntado sobre a atual distribuição de royalties do petróleo entre os Estados, o presidente da Petrobras respondeu que, em sua opinião pessoal, a atual divisão – que dá 80,9% de participação para o Estado do Rio de Janeiro - está incorreta. "Para a Petrobras, esta questão é indiferente. Porém, minha opinião, como pessoa física, é de que não está certo o Estado do Rio ficar com R$ 7,5 bilhões por ano e a Bahia receber apenas R$ 246 milhões", afirmou, destacando, no entanto, que a proposta do deputado Ibsen Pinheiro também é descabida. 

Porém, o executivo esclareceu que a distribuição dos royalties por igual entre os Estados, como prevê a emenda Ibsen Pinheiro, também é incorreta. 

Atualmente a Petrobras produz cerca de 2,5 milhões de barris por dia, e este número deve subir para 5,3 milhões/dia até 2020 com o pré-sal, afirmou Gabrielli, explicando que estes números representam um crescimento de 7,5% ao ano. Em função da excelente oportunidade propiciada pela exploração de petróleo no Brasil, a Petrobras não tem planos de fazer grandes investimentos internacionais.  

O presidente da Petrobras também foi questionado sobre prováveis perdas de acionistas minoritários da companhia com a criação de uma empresa para controlar a exploração de petróleo no pré-sal, e afirmou que a empresa a ser criada vai controlar apenas os custos de produção, sem prejuízos para os acionistas. E acrescentou ainda que, dado o aumento da capacidade de investimentos da empresa nos últimos anos e a impressionante disparada do valor de mercado da Petrobras, "os minoritários não têm do que reclamar." 

Recorde de otimismo – Pesquisa FGV Lide de Clima Empresarial realizada esta tarde durante evento com o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, mostrou que o Índice de Clima Empresarial ficou em 7,3, o maior dos últimos seis anos. Do total de entrevistados, 74% disseram que os negócios de suas empresas estão melhores em comparação ao ano passado; outros 24% disseram que estão iguais e apenas 2% afirmaram que o quadro está pior do que em 2009. 

A pesquisa diz ainda que 68% dos entrevistados planejam contratar este ano; 27% têm planos de manter o atual quadro de funcionários e 5% pensa em demitir. 

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