sábado, 22 de janeiro de 2011

ONG internacional enfrenta a asma no Brasil

A asma é a doença crônica mais comum entre crianças, adolescentes e adultos jovens no Brasil e no mundo. Sua prevalência está aumentando, em muitas regiões.

 

Autoridades da saúde pública e o público em geral devem, cada vez mais, ter a percepção da importância de melhorar a prevenção e tratamento  da asma através de um esforço coordenado em todo o mundo. É com esse intuito que atua no Brasil a GINA, ONG internacional que faz parte da Aliança Global contra Doenças Respiratórias Crônicas (GARD).

 

Ela atua no plano global desde 1995, inicialmente liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Instituto Nacional da Saúde (NIH) dos EUA. Transformou-se posteriormente em uma organização não governamental independente, que se tornou conhecida por reunir alguns dos maiores experts em asma do mundo para elaborar e divulgar estratégias para o controle da doença, com base nas melhores evidências disponíveis.

 

O lançamento oficial da GINA Brasil ocorreu no Dia Mundial da Asma em 2010, 4 de maio, quando o site da ONG foi colocado no ar com a lista dos objetivos e atividades propostas.

 

"Trabalhamos desde 2009 para concretizar o projeto em nosso país; a GINA Brasil é uma recém-nascida, mas tem uma página na internet, secretaria permanente, 120 experts voluntários disponíveis e realizou duas assembléias e dois simpósios em eventos nacionais, em 2010" ressalta dr. Álvaro Cruz, diretor-executivo da GINA Brasil.

 

O principal objetivo é constituir uma rede independente de indivíduos e organizações comprometidos com a prevenção e controle da asma. Para isso conta com uma legião profissionais, de vários estados brasileiros, que compõem um conselho, alguns comitês, grupos de trabalho e o grupo dos experts. A ONG conta também com empresas parceiras, que contribuem com recursos financeiros.

 

De acordo com o dr. Rafael Stelmach, membro do Comitê Executivo da GINA Brasil, há um foco comum a todas as organizações mundiais ligadas à GINA. "Nossa proposta inicial é reduzir as interações por asma em 50%. No Brasil, por exemplo, a asma é a quarta causa de hospitalização no sistema público, totalizando cerca de 250 mil internações anualmente, somente pelo SUS".

 

A GINA oferece ao SUS o apoio voluntário dos mais respeitados especialistas brasileiros para o esforço de capacitação de equipes de atenção básica, fundamental para o controle da asma no país. Muitas mortes seriam evitadas se houvesse prioridade para seu controle.

 

"A grande contribuição que a ONG GINA pode trazer para o Brasil, especialmente para os pacientes com asma e seus familiares, é disseminar o conceito de que se trata de uma doença crônica que pode ser bem controlada, evitando-se internações, visitas a pronto-socorros e  proporcionando melhor qualidade de vida. A participação voluntária dos membros da GINA implementando ações preventivas e curativas nos mais diversos segmentos da sociedade, sejam eles públicos ou privados, locais ou nacionais, de forma orgânica e descentralizada, permitirá tecer grande rede de combate aos males causados pela asma", pontua Rafael.

 

O site da ONG no Brasil é www.ginabrasil.com.br, e a internacional www.ginasthma.com. 

 

Primeira reunião oficial

Nos dias 18 e 19 de fevereiro acontece a Primeira Reunião oficial do Comitê Executivo da GINA Brasil em Salvador, cujos objetivos principais serão discutir uma proposta de estatuto, um modelo de gerenciamento via internet e uma proposta de plano de ação.

 

Posteriormente será realizado um seminário em Recife, ainda em 2011, que já conta com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal. O Seminário "Controlar a ASMA, reduzir hospitalizações e mortes!" será realizado na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e contará com recursos humanos e materiais do Grupo de Pesquisa sobre Asma da instituição.

 

Os principais intuitos deste seminário são reunir pesquisadores e profissionais brasileiros com mais experiência no controle da asma no SUS; sensibilizar gestores dos três níveis do SUS para observar relatos das experiências nacionais e debater a melhor estratégia de intervenção para o controle da asma no plano nacional, além de discutir a constituição de uma rede nacional de pesquisa em asma priorizando a avaliação da situação atual do controle e sua vigilância subsequente.

 

A reunião tem as seguintes metas: constituição de um grupo de trabalho para discutir a implementação do plano de ação para o controle da asma no país e o estabelecimento de um debate amplo sobre o acesso aos medicamentos para o controle da asma.

 

O primeiro dia da reunião irá girar em torno dos desafios da asma no SUS, e o segundo dia tratará do plano de ação para a prevenção e o controle da asma no Brasil.


Sobre a asma

É possível controlá-la com opções simples e seguras de tratamento, mas, infelizmente, ainda lidera as estatísticas de atendimentos de emergência. Grande número de hospitalizações é causado pela asma e quase 3.000 brasileiros ainda morrem da doença a cada ano.

 

A maioria das mortes por asma pode ser evitada, assim como as hospitalizações e as consultas a serviços de emergência. A asma não controlada, além de trazer sofrimento ao paciente, é uma barreira ao desenvolvimento econômico e social, envolvendo custos elevados para o SUS e para as famílias.

 

Os reflexos na saúde pública são custos elevados para enfrentar a doença, que envolve elevada utilização de recursos de saúde, tais como atendimentos de emergência e hospitalizações, alem das milhares de mortes que poderiam ser prevenidas. Do ponto de vista social, afeta a qualidade de vida do paciente; a rotina escolar e profissional do asmático também é prejudicada.

 

Episódios recorrentes de falta de ar, sibilos (ruídos semelhantes a um assobio agudo), aperto no peito e tosse, especialmente à noite e ao amanhecer, são sintomas presentes na vida de um paciente com asma. As vias aéreas inflamadas tornam-se obstruídas limitando o fluxo aéreo quando expostas a fatores variados.

 

Os mais comuns incluem a exposição a alérgenos, tais como ácaros domésticos (na roupa de cama, nos tapetes e nos estofados felpudos), animais com pêlo, baratas, pólen e mofo externo; fumaça de tabaco, mofo doméstico, atividade física e remédios.

 

Apesar de não ter cura, é possível prevenir os sintomas permitindo que o paciente tenha uma vida produtiva e fisicamente ativa e função pulmonar normal.

 

Laura Storni / Monica Kulcsar | Acontece 

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